sábado, 13 de abril de 2013

Figo da Índia





No século 12, conta Clara Inés Olaya, os astecas deixaram Aztlán e iniciaram uma longa peregrinação em direção ao sul, em busca de um lugar para fixar morada. Por quase dois séculos caminharam, nômades, à procura do lugar ideal, até que um sacerdote deu ouvidos ao deus Huitzilopochtli, que ordenou: “Diz a todos os teus companheiros que no nopal onde habita a águia hão de povoar e que lá verão engrandecidas as suas gerações”. Então, em 1325, próximo ao lago Texcoco, avistaram a cena que nos séculos seguintes viria a simbolizar seu império: a águia pousada sobre aquela cactácea, o nopal, com seus frutos maduros cobertos de pétalas vermelhas. Ali, fundaram Tenochtitlán, que significa “lugar onde o nopal cresce sobre a pedra”, hoje conhecido como Cidade do México.

O nopal, essa planta cactácea das zonas áridas, também é conhecido, no Brasil e em outras partes da América, como figo-da-índia. Explicar a origem desse nome, no entanto, não é tarefa fácil, uma vez que nem se trata de uma fruta da família do figo, nem é proveniente da Índia.

Ainda segundo Olaya, a partir do século 17, por iniciativa dos espanhóis que viram naquele fruto uma boa fonte de tinta corante vermelha, muito valorizada na época, o figo-da-índia espalhou-se por toda a europa, sobretudo na região do Mediterrâneo. Daí ganhou outros continentes, ocupando também a Ásia e o norte da África.

Não se sabe ao certo como a fruta entrou no Brasil, mas presume-se, com base em seu nome, que não tenha vindo diretamente do México.

O figo-da-índia é uma fruta suculenta e saborosa, muito refrescante, porém de consumo um pouco difícil. Coberta por finíssimos espinhos, requer cuidados especiais para retirar-lhe a casca. Para isso, costuma-se espetar a fruta dos dois lados, horizontalmente, e assim descascá-la com uma faca, procurando não encostar-lhe a mão. Tem-se, dessa forma, polpa e sementes juntas, prontas para serem degustadas.

A colheita concentra-se entre dezembro e março, mas, de acordo com Ivo Manica, se o solo for fértil e houver boa disponibilidade de água, a planta pode gerar uma segunda frutificação também em meses de inverno. Sabe-se que está em uma boa época para colhê-la observando-se as flores que nascem sobre elas, que podem ser amarelas, vermelhas, laranjas ou brancas, com uma boa variação de tons. A cor das pétalas corresponde quase exatamente à cor da polpa.

No Brasil, em diversos lugares o figo-da-índia é confundido com o fruto da palma, planta da mesma família e gênero (Opuntia), que recebe esse nome por ter forma de palmatória.

Este é, de fato, muito parecido com o figo-da-índia, embora seja menos suculento e saboroso. Pode-se diferenciar as duas plantas, no entanto, pelo tamanho que alcançam. A palma é um arbusto cactáceo mais rasteiro, geralmente alcançando pouco mais de 1 metro de altura. Já a figueira-da-índia pode chegar a 6 metros de altura, exigindo técnicas mais apuradas na colheita dos frutos.

No Nordeste, as Cactáceas são cultivadas em grandes quantidades, principalmente em zonas semi-áridas, sobretudo em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Bahia. A palma, por exemplo, é utilizada como planta forrageira na alimentação da criação ou como saboroso acompanhamento na culinária sertaneja, em um refogado conhecido como “cortado de palma”.

Já o figo-da-índia é justamente mais valorizado no Sudeste, onde é aproveitado como fruta alimentícia, sendo cultivado comercialmente na região de Valinhos. Ainda assim, é encontrado com certa dificuldade em feiras e supermercados, e apenas na época da colheita.






Um fruto delicioso...rico em vitaminas (principalmente C e A), cálcio e magnésio, ele contém carboidratos e proteínas. Pode ser consumido in natura ou como suco. Ou processado, como na receita que segue. Bom apetite!


Doce Cremoso de Figo da Índia





Ingredientes: 
5 Kg de Figos da Índia/ ½ Kg de maçãs descaroçada/ 1,5 Kg de açúcar cristal orgânico/ 100 ml de suco de limão.  
Modo de preparo:
Deixe cozinhar 5kg de figos-da-índia inteiros lavados e cortados em pedaços por 20 minutos. Cozinhe em separado ½ Kg de maçã descaroçada por 20 minutos. Misture as massas obtidas da maçã e do figo e passe por uma peneira fina. Leve ao fogo por mais 20 minutos e acrescente 1,5 Kg de açúcar cristal orgânico diluído em 500 ml de água fervente. Deixe cozinhar por mais 10 minutos e verifique o ponto.  Acrescente 100 ml de suco de limão e misture bem, mexendo por 2 minutos. Após, envase e leve ao banho- maria por 15 minutos. O fruto, oriundo de um cactus, é carditônico, tonificando o coração e diurético



Fonte - http://feiraecologicacxs.blogspot.com.br/2011/03/doce-cremoso-de-figo-da-india.html
Fonte - http://poderdasfrutas.com/categoria/figo-da-india/
Fonte - http://cidadanialusofona.wordpress.com/

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