Laranja de ouro
A provável origem da fruta é a China, de onde se espalhou
para outros países da Ásia, principalmente o Japão. "Kumquat" ou
"chin kan", em chinês, e kinkan, em japonês, significam "laranja
de ouro".
Mas não é exatamente uma laranja.
Eduardo Stuchi, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,
explica que a espécie pertence ao gênero Fortunella, e não ao Citrus (que
inclui laranjas e tangerinas, entre outras). A kinkan apresenta alguns diferenciais,
como a menor quantidade de gomos, a casca mais fácil de digerir e a proporção
entre teores de açúcar e grau de acidez.
Kerlo considera essas características
muito interessantes para criações gastronômicas. "É possível usá-la em
molhos ácidos, que equilibram o sabor de pratos com carnes gordurosas ou aves
de caça. Como é colocada inteira, com casca e tudo, o efeito visual é
bonito."
Acredita-se que a "laranja de
ouro" chegou ao Brasil com a primeira leva de imigrantes japoneses. Mas os
portugueses já conheciam a fruta na época do Brasil Colonial --há registros do
século 17 em que missionários portugueses na China descrevem a fruta. Seja como
for, é nas áreas onde os japoneses se estabeleceram que a kinkan é mais
cultivada. No Brasil, as principais regiões produtoras ficam em São Paulo.
Degustar a kinkan em forma de caldas,
molhos ou compotas é o mais comum no Brasil, acredita Marcio Seije, professor
de gastronomia do Centro Universitário Senac. "Os japoneses a consomem
mais in natura, com casca e tudo. No Japão, onde a maioria das frutas custa
muito caro, a kinkan é barata e muito popular. Diz a lenda que é uma fruta que
traz felicidade", conta Seije.
Além de felicidade, pode trazer saúde.
A kinkan é rica em vitamina
C (151 mg/100 g), cálcio (266 mg/100 g), potássio (995 mg/100
g) e boa fonte de vitamina A, fósforo e outros micronutrientes.
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