Maniçoba
Se o pato no tucupi é o rei na mesa paraense, a maniçoba é a rainha. A maniçoba é uma espécie de feijoada paraense em que folhas de mandioca – conhecidas pelo nome de maniva – são usadas no lugar do feijão. Depois de lavadas, a maniva é moída e cozida em água abundante por pelo menos três dias. Somente assim as folhas perdem o ácido cianídrico, um veneno que pode levar à morte por intoxicação.
Os índios foram os primeiros a domesticarem a mandioca, aprendendo a eliminar o seu veneno mortal e a utilizá-la em diversas preparações. Com a chegada dos portugueses, a maniva cozida pelos índios foi incrementada com o sabor de um paiozinho, um pé de porco, uma costelinha, transformando-se na maniçoba.
Para preparar a chamada “feijoada paraense”, inicialmente a maniva é lavada. Em seguida, as folhas são moídas de duas a três vezes. Bastante água é colocada num caldeirão junto com a maniva. A mistura deve cozinhar de sete a oito dias, sem pausas, até que alcance uma coloração verde-enegrecida. No quarto dia, acrescenta-se pedaços suínos e bovinos como charque, lombo defumado, paio, lingüiça, bucho, orelha de porco, costela. Quando pronto, o ideal é servir a maniçoba e seu sabor selvagem em numa gigantesca panela de barro. Num prato fundo, á mesa, coloca-se uma colher de arroz branco. Ao lado, uma concha generosa da maniçoba com seus pertences de boi e porco. Depois, gotas de pimenta-de-cheiro e farinha de mandioca torrada polvilhada por cima de tudo.
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