sábado, 19 de janeiro de 2013

"Sem um fim social o saber será a maior das futilidades."






Nome: 
Gilberto Freyre
Nascimento:
15/03/1900
Natural:
Recife - PE
Morte:
18/07/1987

Gilberto Freyre

As mangueiras
o telhado velho
o pátio branco
as sombras da tarde cansada
até o fantasma da judia rica
tudo esta à espera do romance começado
um dia sobre os tijolos soltos
a cadeira de balanço será o principal ruído
as mangueiras
o telhado
o pátio
as sombras
o fantasma da moça
tudo ouvirá em silêncio o ruído pequeno."


Nasce no Recife, em 15 de março de 1900, Gilberto Freyre, filho do Dr. Alfredo Freyre — educador, Juiz de Direito e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife — e de D. Francisca de Mello Freyre.
Aos seis anos de idade tenta fugir de casa,  escondendo-se em Olinda, cidade à qual devotou grande amor e da qual escreveria, em 1939, o 2° Guia Prático, Histórico e Sentimental.
Inicia seus estudos freqüentando o Jardim da Infância do Colégio Americano Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura através das Viagens de Gulliver. Mas, apesar de seu interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua avó materna, que viva a mimá-lo por supor ser o neto retardado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais.
Nas férias de 1911 passa seu primeiro verão na praia de Boa Viagem, onde escreve um soneto camoniano e enche muitos cadernos com desenhos e caricaturas.
Dá as primeiras aulas no Colégio, em 1913.
Em 1914, ensina Latim, que aprendeu com o próprio pai, conhecido humanista recifense. Toma parte ativa nos trabalhos da sociedade literária do colégio. Torna-se redator-chefe do jornal impresso do colégio: O Lábaro.
Em 1915, tem lições particulares de Francês com Madamme Meunieur. 
Corresponde-se, em 1916, com o jornalista paraibano Carlos Dias Fernandes, que o convida a proferir palestra na capital do Estado, João Pessoa. Seu pai  não apreciava Carlos Dias Fernandes, pela vida boêmia que levava. Mesmo assim Gilberto Freyre viaja autorizado pela mãe e lê no Cine-Teatro Pathé sua primeira conferência pública, dissertando sobre Spencer e o problema da educação no Brasil. O texto foi publicado no jornal O Norte, com elogios de Carlos Dias Fernandes.
Influenciado pelos mestres do colégio, tanto quanto pela leitura do Peregrino de Bunyan e de uma biografia do Dr. Livingstone, toma parte em atividades evangélicas e visita a gente miserável dos mocambos recifenses. Interessa-se pelo socialismo cristão, mas lê como uma espécie de antídoto a seu misticismo, autores como Spencer e Comte.
Eleito presidente do Clube de Informações Mundiais, fundado pela Associação Cristã de Moços do Recife.
Em 1917, conclui o curso de Bacharel em Ciências e Letras do Colégio Americano Gilreath. Eleito orador da turma, cujo paraninfo é o historiador Oliveira Lima, desde então seu amigo, faz-se notar pelo discurso que profere. Começa a estudar grego. Torna-se membro da Igreja Evangélica, desagradando a mãe e a família católica.
Segue, no início do ano de 1918, para os Estados Unidos, fixando-se em Waco (Texas) para matricular-se na Universidade de Baylor. Inicia sua colaboração no Diário de Pernambuco, com uma série de cartas intituladas "Da outra América".
No ano de 1919, naquela Universidade, auxilia o geólogo John Casper Branner no preparo do texto português da "Geologia do Brasil". Ensina francês a jovens oficiais norte-americanos convocados para a guerra. Estuda Literatura com A. J. Armstrong, professor de literatura e crítico literário especializado na filosofia e na poesia de Robert Browning. Escreve os primeiros artigos em inglês publicados por um jornal de Waco. Divulga suas primeiras caricaturas.
Conhece pessoalmente, em 1920, por intermédio do professor Armstrong, o poeta irlandês William Butler Yates, os "poetas novos" dos Estados Unidos: Vachel Lindsay, Amy Lowell e outros. Escreve em inglês um estudo sobre Amy Lowell. Como estudante de Sociologia, faz pesquisas sobre a vida dos negros de Waco e dos mexicanos marginais do Texas. Conclui, na Universidade de Baylor, o curso de Bacharel em Artes, mas não comparece à solenidade da formatura: contra as praxes acadêmicas, a Universidade envia-lhe o diploma por intermédio de um portador. Segue para Nova Iorque e ingressa na Universidade de Colúmbia. A Academia Pernambucana de Letras, por proposta de França Pereira, elege-o sócio-correspondente, em 05 de junho desse ano...

Institui, em 11 de março de 1987, a Fundação Gilberto Freyre. Em abril, submete-se a uma cirurgia para introdução de marca-passo. Em 18 de abril, Sábado Santo, recebe de Dom Basílio Penido O.S.B. os sacramentos da Reconciliação, da Eucaristia e dos Enfermos. Morre no Hospital Português, às 4 horas da madrugada de 18 de julho, aniversário de Madalena. É sepultado no Cemitério de Santo Amaro. A Editora Record publica Modos de homem e modas de mulher e as segundas edições de Vida, forma e cor, assombrações do Recife Velho e Perfil de Euclydes e Outros Perfís. A Editora José Olympio publica a 25ª edição brasileira de Casa-grande & senzala. O Círculo do Livro publica nova edição de Dona Sinhá e o filho padre. A Editora Massangana publica Pernambucanidade consagrada (discursos de Gilberto Freyre e Waldemar Lopes na Academia Pernambucana de Letras).

Os dados acima foram coletados em livros de e sobre o autor, sites da Internet, em especial o da Fundação Gilberto Freyre.
BIBLIOGRAFIA



http://www.releituras.com















Curiosidade - Dia de Santo Canuto

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