segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Sabor da Magia




A atriz Aishwarya Rai como Tilo
imagem do site weblo.c
Eu ia começar este texto dizendo que "Sabor da Magia" é um "Chocolate" indiano-americano. Mas eu pensei bem antes disso e percebi que não é. A trama pode lembrar a de "Chocolate", mas a personagem principal não tem a profundidade de Vianne Rocher. Mesmo assim é um filme que vale a pena ser visto por quem gosta do trabalho mágico e medicinal com ervas e especiarias.

O título original é "The Mistress of Spices", nome do livro que baseou o filme, (em português o livro chama-se a "A Senhora das Especiarias" e seria bem melhor terem mantido esse em vez do título água com açúcar) que já diz muito sobre a protagonista, uma indiana chamada Tilo que mora nos Estados Unidos. Ela tem o dom de adivinhar qual especiaria a pessoa precisa e o que isso pode fazer por ela. Assim, Tilo dedica sua vida a pequena loja onde vende seus produtos e faz seus feitiços, servindo como uma consultora não só para a sua comunidade, mas também para outras pessoas que precisam de ajuda.

Assim ela conhece Doug, um arquiteto norte-americano por quem acaba se apaixonando. É a partir daí que começa todo o problema de Tilo em conciliar sua relação com ele e seu ofício com as especiarias, que sentem-se rejeitadas quando a moça abre espaço para um novo foco em sua vida.


A loja de especiarias
imagem do site freeform-design.com

Não gosto de filmes cujo conflito se desenrola todo a partir da necessidade da mulher de ter um homem, por isso evito comédias românticas e outras histórias do tipo. Acho que isso foi mal explorado na trama, porque Tilo tem potencial para ser muito mais profunda do que apenas uma mulher que sofre por um amor proibido. Aqui eu vejo a principal diferença de "Chocolate": o conflito da protagonista lá é com o poder insitucionalizado e com as tradições que ela insiste em quebrar, o romance entra apenas como um tempero para a história - e no livro isso fica ainda mais latente.

Mesmo assim, acho que o filme vale por mostrar o trabalho dela com as ervas, que vai do cultivo a venda, a forma como ela respeita e entende o trato de cada um das plantas e como ela percebe as mensagens que as especiarias estão passando. É mais um filme sobre o papel da bruxa como mulher que atua junto da comunidade, ajudando e fazendo curas, por meio de dons tidos como sobrenaturais.

Tomando por uma outra leitura, podemos interpretar que ele fala da adaptação dos imigrantes indianos nos Estados Unidos, onde eles se deparam com uma nova cultura, com hábitos e costumes completamente diferentes. Com isso, a história nos fala em manter raízes e tradições, porque é isso que traz uma boa parte da identidade individual.

Além disso, o filme tem uma bela fotografia e uma produção visual de roupas e cenários muito cuidadosa.A loja, como mostrada na foto acima, é lindamente decorada. Uma boa pedida também para quem tem certa afinidade com a Índia e com as tradições orientais.
cerescerealia.blogspot.com.br

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