quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Graviola


Olá, na época da frutificação a graviola está em todas as feiras, em todas as bancas, em todas as mesas, em todas as bocas, para o prazer e para o deleite de todos.


Pé de Graviola

A graviola pode ser considerada a maior, a mais tropical, a mais perfumada e a mais importante entre todas as frutas da grande e complicada família das Anonáceas. Da mesma forma que ocorre com a maioria das frutas dessa família, pela semelhança que os diferentes gêneros, espécies e variedades guardam entre si e em virtude de sua grande dispersão por toda a faixa tropical, a graviola tem várias denominações populares.


Flor da Graviola

Carregando nomes como anona de espinho, jaca-do-pará, araticum-manso, araticum-grande, jaca-de-pobre, condessa e coração-de-rainha, no Brasil a graviola produz bem em quase todo o território, sobretudo na Amazônia, no Nordeste e no Cerrado.

Paulo Cavalcante afirma que, ao que tudo indica, a gravioleira parece existir em estado silvestre na região amazônica. Os herbários do Museu Emílio Goeldi, de Belém do Pará, guardam diversos exemplares nativos, de classificação muito próxima à da graviola, coletados por pesquisadores em diferentes pontos da região. No entanto, segundo o mesmo autor e outros mais, supõe-se que a graviola seja fruta nascida nas terras ilhadas do mar do Caribe, tendo sido encontrada em estado selvagem nas ilhas de Cuba, São Domingos, Jamaica e em outras menores. Dali é que a fruta teria seguido para a Amazônia.

Reza a lenda que, quando chegaram à América Central, os espanhóis encontraram grandes plantações de graviola. Nessa região, a fruta era – e ainda é – conhecida como “guanábana“, palavra da língua taína, a mesma da qual se originou a palavra “anón“, usada para designar a fruta-do-conde.


Graviola

Segundo a escritora Clara Inés Olaya, foi nas Antilhas, no início do século 16, que o cronista Fernández de Oviedo encontrou a fruta pela primeira vez e registrou sua existência. Na sua descrição, as graviolas seriam como melões no tamanho, só que verdes. Para ele, a graviola era considerada fruta fria, própria para ser consumida no calor, além de ser de fácil digestão. Nas suas palavras, “ainda que um homem coma uma graviola inteira, não lhe fará mal.” O mesmo cronista confere à polpa da fruta, ou melhor, “àquilo que se come” dela, a aparência de natas ou de um manjar-branco, que logo se desfaz na boca, deixando bom sabor.

Hoje, cinco séculos depois do primeiro encontro da graviola com os europeus, a fruta encontra-se disseminada por várias regiões tropicais do globo, tendo se tornado subespontânea em muitas delas.

Na América do Sul, o maior produtor de graviola é a Venezuela, seguindo-se de Porto Rico e da Costa Rica. No Brasil, a produção da fruta concentra-se nas regiões Norte e Nordeste do país, sendo o Ceará seu principal produtos e exportador para outros estados, encontrando-se seu cultivo em franca expansão no Espírito Santo.

A gravioleira não é árvore de frutificação abundante, o que é compensado pelo bom tamanho de cada um de seus frutos: contam-se casos de árvores que chegaram a produzir frutos de quase 10 kg. No entanto, apesar das exceções e exageros, uma graviola pesa, em média, 1 a 4 kg. De qualquer forma, a fruta deve ser colhida antes de amadurecer totalmente, pois, em virtude de seu peso, logo cai, esmagando-se e perdendo-se para a comercialização. Porém, não pode também ser colhida muito verde, pois seu sabor altera-se quando amadurece fora do pé.

Uma vez madura ou quando sua casca se rompe, a graviola é fruta que se decompõe com bastante rapidez. Por esse motivo, é mais comum que ela seja comercializada na forma de polpa congelada.

Em geral, sua polpa branca e suculenta contém muitas sementes negras e brilhantes. De aroma perfumado e agradável ao paladar, a carne da graviola apresenta sabor doce ligeiramente ácido, podendo ser consumida em pedaços puros, polvilhados com açúcar ou calda. A polpa da graviola é bastante fibrosa, parecendo algodão, sendo excelente fonte de vitamina B, além de conter uma boa quantidade de proteína, gordura, carboidrato, vitamina C, potássio e fósforo.

A polpa congelada da graviola, atualmente, já pode ser encontrada nos mercados europeus, norte-americanos e nas grandes cidades brasileiras. Muito indicada para o preparo de sucos, refrescos, sorvetes e compotas, por vezes misturada com sucos de outras frutas, a graviola é ingrediente para uma infinidade de musses, gelatinas e pudins, além de “chutneys” agridoces que acompanham muito bem carnes e peixes. Nos últimos anos, a fruta também vem sendo aproveitada industrialmente na produção de picolés e na aromatização de iogurtes.

No Brasil, a graviola é bastante apreciada e seu cultivo é comum em pomares domésticos de cidades e sítios das regiões Norte e, especialmente, Nordeste. Nessas regiões, a graviola também costuma ser consumida verde como legume, podendo ser cozida, assada ou frita em fatias.

O Nordeste do Brasil é, seguramente, um dos lugares do mundo onde mais se comercializa e se consome a graviola: verdadeiro exagero, na época da frutificação a graviola está em todas as feiras, em todas as bancas, em todas as mesas, em todas as bocas, para o prazer e para o deleite de todos.

A principal vitamina desta fruta é a C. Uma boa maneira de consumi-la é em forma de suco, podendo ser adoçado com mel, rapadura, açúcar mascavo ou orgânico, além de adoçantes.

Seu suco tem ação diurética e combate diarreias.
Os frutos maduros ou em forma de suco (não adoçar) são eficazes na falta de vitamina C. A graviola combate a febre (inclusive interna) e o acúmulo de líquido no tecido celular ou em uma cavidade do corpo (hidropsia).
O chá das folhas é utilizado para baixar as taxas de glicose sanguínea dos diabéticos e tem uma substância chamada acetogenina, que é utilizada no tratamento quimioterápico.
Como preparar o chá: ferver uma colher de sopa rasa de folhas picadas em uma xícara de chá de água, por 2 minutos, coar e amornar. Não adoçar. ingerir uma xícara 2 vezes ao dia.

Fonte - http://poderdasfrutas.com/categoria/graviola/

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